Só depois de desenvolver uma estratégia, pesquisar influenciadores, entender os meios e as diferenças para os meios tradicionais é que você deve pensar em entrar em contato com os blogueiros, tuiteiros e qualquer outro produtor de conteúdo.
Mandar simplesmente um e-mail para um grupo de donos blogs e outros canais sem saber características básicas é um erro muito comum. Constantemente recebo ofertas com “oportunidades” imperdíveis.
Gincanas e publicidade a troco de banana
Outro dia um grande mecanismo de busca mundial me mandou uma caixa, nela tinha um filme fotográfico analógico, um papel para que eu recortasse e montasse uma máquina fotográfica e um excelente convite: eu deveria tirar fotos com as coisas que me mandaram e se minhas fotos ficassem legais, bem como, publicadas e votadas pelo público eu ganharia uma bobagem viagem.
Sinto muito, não escrevo um blog com quase um milhão de acessos mensais (Pergunte ao Urso) para me sujeitar ao trabalho de participar de gincanas como se eu fosse um garoto que vive nos fundos da casa dos pais.
Esse tipo de proposta é muito comum: premiar o “influenciador” que mais mobilizar pessoas. Seria o mesmo que anunciar em vários programas de televisão, mas só pagar ao que fizesse o telefone tocar mais.
Promoções culturais e sorteios com o veículo alheio
Outro tipo de situação que acontece com frequência consiste em enviar um ou mais produtos para sorteio através das redes do influenciador. Desse tipo de proposta chove quase todo dia em minha caixa de mensagens. O que eu ganharia divulgando o produto? O prazer de sorteá-lo para os meus leitores!
Deixa eu ver se entendi direito, eu tenho que parar o meu trabalho, escrever sobre algo que não é da finalidade do meu veículo, publicar adequadamente, montar um formulário e um modelo de escolha do “vencedor”, disseminar a promoção, entrar em contato com quem ganhar, fazer a parte burocrática, me responsabilizar pelo envio e, em troca disso, não ganhar nada. Parece razoável?
Como fazer contato e propostas para blogueiros e afins
O melhor caminho seria enviar um e-mail identificando-se claramente e solicitando informações sobre formas de anunciar no veículo, caso isso não esteja explícito dentro do canal.
Saiba que sua resposta pode demorar algum tempo, mande outro e-mail em 48 horas caso não tenha tido resposta, pois pode ser que a primeira mensagem tenha se perdido dentre outras.
Se você só tiver permuta para oferecer, não há problema desde que você se lembre do exemplo português ao “colonizar” o Brasil. Eles chegavam com coisas interessantes para os índios! Ofereciam itens de desejo, por mais simples que fossem. Resumindo: se só tiver câmeras Tekpix para dar, melhor guardar junto com o Cogumelo do Sol e oferecer remuneração em dinheiro mesmo.
Se você quer ter os melhores resultados, deve deixar o formador de opinião expressar o que realmente ele acha do produto ou serviço que você lhe apresentou.
Tenha todo cuidado na escolha de profissionais para fazer essa interlocução, principalmente com as agências que prometem “engajamento” porque suas ideias são geniais demais para não fazerem qualquer um querer trabalhar de graça. Desconfie desse tipo de
agênciasanto, geralmente o único milagre que conseguem é fazer transformar o seu investimento em resultado nenhum.
Cuidado com o direcionamento na produção do conteúdo
Uma empresa de comunicação, certa vez, ofereceu uma quantia em dinheiro para que blogueiros falassem bem de uma das maiores marcas de material esportivo do mundo. Pasme você, ela fez isso textualmente, por e-mail. Não precisa ser um gênio para prever que daria problema, um dos que receberam a oferta publicou-a. Prejudicou a imagem da marca e da agência envolvida.
O formato que eu mais acho interessante é o de conteúdo patrocinado. Por exemplo, se você fabricasse produtos para entretenimento e quisesse anunciar no Pergunte ao Urso, faria muito mais sentido que um artigo semanal sobre um ou dois produtos fosse publicado ao invés de um anúncio comum.
Misturar a publicidade com o conteúdo pode ser muito melhor do que abusar do convencional, no ano passado participei da campanha “Homem bem feito”, na qual coloquei o conceito da campanha do patrocinador dentro do conteúdo. O resultado superou as expectativas, tendo a matéria como destaque no portal da Abril e também sendo fonte para programas de televisão.
O mesmo se vale para qualquer negócio, o blog Amélias, que trata de universo feminino, teve cerca de 20 posts patrocinados pela Kibon. Ao final de cada um deles havia uma imagem dizendo que aquele material havia sido patrocinado pela marca.
Resumindo, respeite o produtor de conteúdo como canal de comunicação e os resultados serão muito positivos para sua campanha.
Até mais!