Além da mídia social

Cuidados ao contratar uma software house

A reclamação de agências e empresas sobre a qualidade da entrega das chamadas “software houses”, empresas que desenvolvem sites e aplicativos, é cada vez maior.

Na teoria todas as desenvolvedoras são ótimas, possuem metodologia e processos, mas a prática é bem diferente quando colocamos a expertise à prova.

Instabilidade, usabilidade e audiência

O objetivo de qualquer canal digital — seja portal, blog ou site — é receber visitantes, proporcionar uma experiência positiva e incentivá-los a realizar ações, seja uma inscrição em um campo para newsletter, a compra de um produto ou serviço, bem como, a divulgação de um conteúdo em suas redes sociais.

Parece uma tarefa fácil, afinal, é só um site, porém ter uma plataforma adaptada aos novos tempos chega a ser uma tarefa que necessita muito planejamento e uma ótima execução.

Quem desenvolve tem que levar em consideração algumas premissas:

Integração

Para quase qualquer site é recomendado a integração com ferramentas já existentes ao invés de optar por desenvolver todas as aplicações. É o caso, por exemplo, de moderadores de comentários, caixas de login de usuários (via Facebook, Twitter ou Google Plus), sistemas para envio de e-mails e muitos outros.

Ambiente

O usuário não se limita mais a visitar sites a partir de desktops, em horário comercial é comum observar que cerca de 20% à 30% da audiência vem de tablets ou smartphones, após 19h esse percentual quase dobra.

Banda

Apesar do aumento no número de pessoas conectadas, boa parte da população ainda tem dificuldade no acesso por causa da baixa qualidade da banda oferecida. Em algumas regiões o acesso se dá apenas por 3G, em outras, nem isso.

Mecanismos de busca

Há uma quantidade indescritível de fatores que levam um site a ser melhor percebido pelo Google ou outros buscadores, não só a maneira que o conteúdo é publicado, mas também a qualidade da programação.

Desenvolvimento

Dependendo do objetivo da plataforma podemos utilizar de sistemas com código aberto, fazendo adaptações, partir para o desenvolvimento completo ou alugar o sistema.

Segurança e estabilidade

Escolher o servidor adequado representa boa parte do sucesso de uma plataforma. A escolha deve ser feita baseada em critérios técnicos como, por exemplo, o número limite de usuários conectados simultaneamente ao banco de dados da plataforma.

A software house escolhida deve, primeiramente, discutir esses pontos para poder partir para o desenvolvimento.

Em boa parte dos casos as empresas acabam desperdiçando recursos e tendo que refazer seus sites por problemas de instabilidade, de usabilidade ou de audiência.

Dicas sobre como escolher uma software house

O jeito é fazer um pente fino na hora de contratar o desenvolvedor. Não ir apenas pelo preço ou por indicações.

Quando a foi chamada para  ajudar o Instituto Ethos a refazer seu portal, propusemos uma concorrência com algumas etapas:

  1. Verificação de legalidade
  2. Avaliação técnica
  3. Avalição da proposta

Recebemos cerca de sessenta inscritos por meio de um formulário. Metade caiu por não estar com impostos em dia ou por não estar em conformidade com órgãos reguladores.

Depois entramos nos sites dos trinta concorrentes que sobraram e fizemos uma avaliação minuciosa sobre qualidade da programação, política para mecanismos de busca, usabilidade e outros pontos.

Apenas quatro empresas passaram para a etapa de avaliação da proposta. A partir daí um sistema de pontos serviu como critério:

Critério

Peso

Histórico / Bagagem da agência

5%

Competência técnica

30%

Competência criativa

30%

Metodologia de atendimento

5%

Portfólio apresentado

10%

Adequação a proposta

20%

 

O resultado foi obtido com a soma dos pontos originado por um comitê com representantes do Ethos e da Presença Online.

O processo foi lento, mas foi o melhor para a instituição. Se ela tivesse optado por se aventurar na escolha, sem utilizar critérios e etapas, a chance realizar uma contratação inadequada seria muito grande. O resultado você pode ver online: http://www3.ethos.org.br/.

Abaixo há a proposta de concorrência que foi apresentada às empresas que se candidataram.

Espero que o conhecimento compartilhado possa contribuir para melhorar os processos de contratação da sua empresa.

Até mais!

Marcelo Vitorino

Marcelo Vitorino

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Professor na ESPM e consultor de comunicação e marketing digital, Marcelo Vitorino reúne experiência no marketing corporativo, eleitoral, institucional e político.

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