Além da mídia social

Como matei meus amigos de Facebook

Mais importante do que o “como” é o “por que”.

E a resposta simples: Porque eu quis.

Recentemente, completei 5 anos nesta rede social. Neste período, troquei 3 vezes de cidade, trabalhei em 2 empresas, me envolvi em mais de 8 projetos, perdi a conta de lugares que conheci e viagens que fiz. Entre altos e baixos, bom e mau humor, acumulei a quantia de 709 “amigos”.

Bastou clicar (algumas vezes) em uma nova ferramenta do Facebook e restaram apenas 470, mais cliques restaram 320. Mais da metade de “antigos amigos” foram realocados na categoria “conhecidos”. Realmente, não são mais do que isso.

 

Banalizando a palavra “amigo”

 

Eu não quero ter um milhão de “amigos”.

Se meu objetivo no Facebook fosse propagar ideias ou vender produtos, eu teria uma fanpage ou, certamente mais de 1.500 seguidores no meu perfil. Mas eu não tenho uma rede social com este fim.

Minha relação com o Facebook é utilitária. Quero me atualizar nas notícias do dia, por isso sigo revistas e jornais de circulação nacional e internacional; programar meu fim de semana ou a fugida para os eventos culturais; ver se hoje alguém que eu realmente conheça faz aniversário; ver as fotos e opiniões, deixar comentários com saudades, ter saudades e fazer-se presente para pessoas que realmente me importam. Missão impossível quando se tem 3 dígitos de “amigos”.

Quando li o artigo “Usuários transformam seus murais no Facebook em ‘bolhas’ ideológicas”, apesar de achar os métodos da pesquisas questionáveis, passei a analisar mais criticamente a minha timeline. Segundo a pesquisa, o algoritmo usado pelo Facebook ajuda a reduzir a diversidade ideológica do mural dos usuários. “De acordo com o estudo, os usuários são os responsáveis por se fechar em suas próprias ideias. A rede social é um caixa de ressonância”.

De fato, já fiz pequenas limpezas na minha lista de amizades: na PEC das Domésticas alguns bloqueios; nas eleições presidenciais, de um lado ou de outro, optei por manter na minha lista apenas os combatentes que não utilizam do argumento ofensivo.

Estou construindo minha caixa de ressonância, não de pessoas que pensam como eu, mas busco me relacionar com as que se assemelham em princípios e valores. Não me importa a sua religião, mas se carrega a bandeira da homofobia só posso, no máximo, tê-lo como conhecido. Você não terá acesso ao que escrevo aos meus amigos, mas provavelmente, você também não iria se interessar.

Mate alguns amigos você também


É fácil. Se antes você teria que ir na página de “amigos” para classificar cada um deles, agora é só clicar aqui e o Facebook facilita sua vida abrindo uma lista:

Você não ter interagido recentemente com esses amigos. Você gostaria de adicioná-los à sua lista de conhecidos? (Você vai vê-los em menos News Feed).

 

Basta selecionar os nomes e incluí-los na categoria Conhecidos. Você precisa repetir o procedimento algumas vezes, dependendo do caso.

Se você tem apego à quantidade de pessoas na sua rede, não se preocupe. Elas continuarão na contabilidade, mas agora você pode visualizá-los de uma maneira separada da sua timeline de amigos.

 

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Eu usei e recomendo!

Maíra Moraes

Maíra Moraes

Flipboard

Doutoranda em Comunicação e Sociedade na Universidade de Brasília (UnB), pesquisa as relações de poder implicadas no processo de produção de notícias e como as realidades são construídas por meio de narrativas e práticas dominantes. É gerente de projetos certificada PMP®, especializando-se na implementação de metodologias híbridas (presencial e a distância) de educação em redes públicas estaduais e municipais.

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